
Em
meio à tanta repressão, se expressar através do som era uma forma que a juventude
calada podia dizer, mesmo que
subjetivamente, o que pensavam, tentando acabar assim com a tamanha violência
do período militar no país. Grandes nomes da música brasileira surgiram neste
período: Eduardo Dusek, Zé Ramalho, Guilherme Arantes, Tetê Espíndola, Raul
Seixas, Leila Pinheiro, entre outros, fizeram sucesso com canções que
impulsionaram toda uma geração.
Relembrando e
buscando trazer a discussão em sala de aula, e visando melhorar a relação dos
jovens com a instituição - despertando o senso crítico do mundo que os cercam
-, no dia 19 de novembro foi realizado
na Escola de Educação Básica Frederico Hardt, o 1º Festival da Juventude. Os
estudantes dos terceiros anos, na parceria das disciplinas de Artes, Filosofia,
Língua Portuguesa e Sociologia, recordaram por meio de músicas, poesias, artes
plásticas e danças, os anos de chumbo no Brasil. Muita agitação e criatividade
surpreendeu quem passou pelo auditório professora Átela Jennich, que estava
decorada com luzes colorida e alguns painéis temáticos.
Uma metodologia
diferenciada e como forma de se pensar numa ação integral do aluno com a
escola, foi assim que nasceu a ideia do evento. Segundo a professora de Língua
Portuguesa, Anna Lenzi - uma das
articuladoras da proposta - a iniciativa é de extrema importância para fazer os
jovens refletirem sobre os acontecimentos e as transformações sociais
históricas depois deste período conturbado de nossa História. “A proposta do
Festival da Juventude era dar um enfoque no conhecimento, a partir da arte –
literária, plástica e musical. Estas manifestações artísticas estimulam a
aprendizagem e a curiosidade, já que estas são reflexos dos acontecimentos
sociais”, diz Lenzi.
Além das apresentações, os estudantes que participaram da
proposta também montaram uma fanpage no Facebook, que possui mais de 200
membros e que foi criada nas aulas de Sociologia, com o título “Somos Tão
Jovens”, referência ao filme de 2013 e que relembra a juventude de Renato Russo
e a criação da banda punk Aborto Elétrico, que se formou em Brasília na década
de 70, e depois o levou à fama nacional com a banda Legião Urbana. O que é ser
jovem hoje? Respondendo a esta pergunta, o objetivo da criação coletiva fosse
antes pudessem socializar pequenos vídeos de própria autoria.
Um dia diferente, que trouxe à reflexão sobre um momento
histórico de nosso país!
Reportagem e Fotografia: Daniel Lemes - MTB 5209/SC